Notícias falsas podem deixar de circular com uma simples atitude: não compartilhe!

Já ouviu falar em desinformação ou “informação zumbi”? Aquelas que, mesmo falsas, mesmo contendo desinformação, continuam a circular? Elas ganham vida nos compartilhamentos via redes sociais digitais e nos grupos de whatsapp. Ainda que plataformas de checagem e cientistas tenham provado que são falsas, elas vivem. São mortas-vivas. Por isso, informação zumbi.

A expressão foi criada pelos americanos Cailin O’Connor e James Weatheral, professores de lógica e filosofia na Universidade da Califórnia e autores do livro “A era da desinformação”. Há alguns anos, eles participaram de um seminário no Brasil, que discutiu a liberdade de imprensa na cobertura da pandemia do COVID-19.

Os autores afirmam que as informações zumbi resultam de rumores sem embasamento, desinformação proposital e teorias da conspiração. Para dar um exemplo, uma deputada federal brasileira postou recentemente que caixões estariam sendo enterrados vazios em Manaus, para inflar estatísticas. As agências de checagem identificaram que as fotos eram verdadeiras, mas feitas há alguns anos, dentro de um contexto diferente. Notícia falsa, mas ainda em circulação.

Cruzada contra a desinformação

Existe uma cruzada contra a informação falsa no Brasil e no mundo. Agências de checagem recebem denúncias diárias e investigam todas, basta pesquisar. Redes sociais como Facebook, Twitter e Instagram passaram a bloquear automaticamente conteúdos falsos postados por seus usuários. Todos juntos conta a invasão zumbi.

Nós também podemos contribuir para evitar que continuem comendo nossos cérebros. Primeiro, ao não repassar notícia falsa, não alimentamos zumbis. Mas se cairmos em tentação, que tenhamos a humildade de corrigir nosso erro, usando o mesmo canal da postagem original. E sejamos rápidos. Porque em um apocalipse zumbi, sobrevive quem corre mais e consegue manter seu cérebro livre dos mortos vivos. Eles caminham devagar, mas são fortes e tem fome. Muita fome. 

Publicado originalmente na revista Cult, em julho de 2020