Sempre ensino aos meus alunos sobre os muitos pontos de vista que todas as questões possuem. Essa é uma das analogias que faço com maior frequência. A da tempestade que chega em alguns lugares. Em outros brilha o sol. 
Um dia, fiz duas fotos no portão da minha casa. Do lado direito, uma tempestade que assustava. Do lado esquerdo, um sereno cair da tarde. 
Quem olhasse apenas para um dos lados, reportaria: chuva forte no fim da tarde em Uberlândia. Quem olhasse para o outro: fim de tarde normal na cidade. Quem se preocupasse em olhar os dois: chuva em algumas regiões da cidade. Quem quisesse ser mais assertivo, pediria aos amigos que mandassem relatos de outras áreas da cidade. Falaria com a Defesa Civil e com climatologistas. 

Fatos e opiniões

Vejo muitas pessoas formando suas opiniões olhando apenas um lado. Aquele que mais condiz com sua maneira de ver o mundo. Vejo muitos impondo sua visão de mundo, como se o outro fosse incapaz de refletir por si mesmo.
Há várias versões para os mesmos fatos. A verdade que construo vai depender de minhas lentes. Da maneira como me relaciono com o mundo, das bolhas nas quais escolho aprisionar minha mente. 
O jornalismo deveria servir para nos ajudar a mostrar essas diferentes faces para o público. Sem impor verdades. Para que cada um tire suas conclusões. Nem sempre conseguimos, mas tentamos. 
Enquanto isso, donos de interesses escusos querem nos manter acorrentados às bolhas. Sejam quais forem. 

Em defesa do Jornalismo

Podem questionar o jornalismo o quanto quiserem, mas vou seguir em sua defesa. Romper correntes do pensamento, inclusive as que me aprisionam. 
Aprendamos com a natureza. Chove em vários bairros de Uberlândia. Por aqui, raros pingos são recebidos pelas plantas com grande alegria. Ah… antes que me critiquem a falta de apuração… isso não é jornalismo. É reflexão disfarçada de poesia. 

Publicado no Facebook em outubro de 2019