Prá ver a banda tocar
A gente saía da missa direto para a velha concha acústica. Caminhávamos os seis – meus pais, minhas irmãs e eu – poucos passos separavam a catedral daquele lugar mágico, que nos levaria para uma dimensão diferente, no mundo da música.
As crianças brincavam livres, correndo pela praça. Escalavam a concha acústica, brincavam, procuravam os pais em algum lugar entre os bancos. Ouviam música. E a banda tocava. Lembranças boas da infância em Franca.
Hoje, ao ouvir a Banda Municipal de Uberlândia tocar, fui transportada novamente para aquela praça da infância, onde uma outra banda tocava e parecia que era só para a gente. Na enorme praça, o som enchia todos os espaços.
No Mercado Municipal de Uberlândia, a música me levou em suas notas, abraçou meu corpo em suas claves de sol, me deu asas nos compassos, me fez leve em sua melodia.
Bandas e praças
Sempre tive especial carinho por bandas e por praças. Elas me encantam por serem espaços populares, em que todos são exatamente iguais. Não tem preto, não tem branco. Não tem rico, não tem pobre. Não tem letrado, não tem analfabeto. Não tem velho, não tem jovem. Tem música.
Nas praças, cabemos todos nós. Ao ouvir a banda, somos apenas o conjunto de gente e instrumentos.
Hino de Uberlândia
A banda fechou sua apresentação com o lindo hino de Uberlândia, que me arrepia sempre que ouço tocar. Faz parte da história dessa terra que amo tanto, que tanto me trouxe e onde sou tão feliz. Hoje, a banda conectou minhas duas origens. Franca, onde vim ao mundo, e Uberlândia, onde nasço de novo a cada dia.
Gratidão aos Deuses da música. À Banda Municipal de Uberlândia. À secretária de cultura, Mônica Debs. Ao amigo Marco Lara, companhia de bons momentos. A foto é da concha acústica de Franca, que tanto me encantava antigamente.
Texto publicado originalmente no Facebook, em 20 de agosto de 2017